Marta, Maria e a Betânia de Jesus

 

Tem dias que o Evangelho toca diferente o coração. Hoje foi um desses dias. Podemos ficar horas refletindo sobre a nossa postura diante das coisas da vida, sobre o nosso modo de agir, tentando ver se somos mais Marta ou mais Maria. Mas não é por isso que esse Evangelho comove e move o meu coração de uma maneira especial. 

O que me toca e aquece o meu coração é saber que Jesus tinha em Betânia um lugar seguro, que não pela riqueza material, e sim pelo amor que recebia ali, confortava o seu coração. 

Sabe aquele lugarzinho seguro, quentinho, em que você é amado, em que você é aceito, em que você é acolhido e em que o amor é leve, é fácil mesmo em meio a realidade da vida? 

Como um jardim de inverno, escondido, pequeno, mas florido e acolhedor.

Esse lugar Jesus encontrava em Betânia. E o que me toca são duas coisas: fico feliz por saber que Ele tinha esse carinho. O carinho de Maria que sentava aos seus pés, e o carinho de Marta que se desdobrava para servi-lo. 

Mas também me toca pensar não se sou Marta ou Maria, e sim se sou Betânia. Se sou para Jesus esse coração jardim de interno. Se sou para Ele hoje abrigo e lugar seguro. Se no meu coração Ele pode entrar e se sentar, ser servido e acolhido. 

Quem sou eu dentre os Filhos de Deus? Será que estou entre os amigos de Jesus? Será que sou Betânia para quem está ao meu redor? Para quem eu amo e está perto de mim? Será que aprendi também com essa parte do Evangelho? 

Na terra, vivemos a realidade do céu de maneira mais real no momento da missa. Mas também é muito forte a presença e realidade do céu quando o assunto é amizade. 

Amizade é esse amor verdadeiro e puro, amizade é a matéria da eternidade.

Senhor, que eu seja Betânia para o Senhor e para todos os meus amigos. Que eu te escute e te sirva, e que estando perto, que eu seja transformada nesse lugar seguro, preenchido de amor.